quinta-feira, 21 de julho de 2011

Quando a pedra a ser atirada é para você.

Como você está Gotemburgo?
Um pouco frio para o verão não?

Esse será um post difícil, mas vamos lá.


Você já foi ao teatro assistir Ballet?
Bem, eu não costumo fazer isso, mas de vez em quando vou ao youtube e assisto vídeos de belas coreografias.

Eu não entendo muito coisa, mas a dança me fascina.
A melodia, a sintonia dos bailarinos, a beleza do cenário...tudo numa disciplina rigorosa.

Se você for aos bastidores, verá que, por trás das cortinas, existe um trabalho árduo, cansativo, dificílimo em busca da bela apresentação.

Um bailarina machuca os próprios pés para alcançar a perfeição, e em muitas apresentações burla a dor para que você perceba somente a beleza dos seus passos sintonizados.

E no final da apresentação, algumas bailarinas vão se informar das notas lançadas pelos críticos, o que para elas tem uma grande importância ao espetáculo.
A críticas sempre são duras e o Ballet sabe disso.

Assim como inúmeros esportes.

Mas, as vezes , erros acontecem.
E quem assiste, não consegue esquecer.

Uma dupla Chinesa de patinação no gelo sabe bem o que isso.
Treinaram duro, e na apresentação que os classificaria, no primeiro salto, um centímetro a mais de altura, e o sonho olímpico foi perdido.

A chinesa foi lançada para o alto, e caiu aos pés do companheiro, numa queda que a machucou bastante.


Imediatamente o patner a levantou, para que continuassem.  Ao perceber o pranto e as expressões de dor da companheira, ele começou a deslizar com ela e disse: "Temos que finalizar, eu sinto muito." Mas a apresentação dos dois se restringiu aos embalos do deslize, sem saltos, e com um companheirismo nunca visto. No final da apresentação, ela mal conseguia se equilibrar nas próprias pernas, as lágrimas não paravam de escorrer, ainda assim com muita dor, fizeram o aceno final e ela saiu carregada pelo companheiro.

O público se solidarizou e aplaudiu de pé.
Mas os juízes não.
Erraram. Erraram feio. Desclassificados.

A justiça existe e tem que ser feita, independente das emoções que a envolvem.

E é incrível como uma única queda pode tirar o sonho da sua vida.

Um medalha olímpica, um curso na Universidade Pública, um emprego, um grande amor.

Você é medido pelo que faz e pode fazer, e infelizmente nossas quedas nos diminuem a quase 0. Mesmo que tenhamos nota 10.

Em alguns momentos começamos a fazer alguma coisa errada, e as desculpas para fazê-lo acabam nos iludindo de que o Erro tenha chance de acerto.

Mas como todo ser humano, fechamos os nossos ouvidos,olhos para a verdade e ficamos aprisionados a uma corrente de infelicidade sem fim.

Eu tenho algo pra te dizer : o que você está fazendo é errado. E você precisa saber disso!

Não importa se algumas pessoas concordem com a sua atitude, ou amenizem a situação, os juízes da vida estão te desclassificando. E apontam pra sua queda de forma unânime.

O que você vai fazer agora que ouviu ou leu as notas do críticos?

A maioria não liga. Finge. Se esconde. Reage com palavras de baixo calão. Se deprimem ou tentam qualquer outra maneira de expressão.

Um milhão de escapes.

E quando alguém a confronta a reação dela é de defesa em cima dos erros de quem aponta.

Foi preciso uma única dose de vodka pra eu entender a terrível diferença entre o certo e o errado.

Foi preciso um único centímetro para que a patinadora profissional perdesse a medalha olímpica.

Foi preciso um único beijo fora do casamento para que o mesmo fosse rompido.

Foi preciso um minuto de carência pra que todos os valores fossem perdidos.

Foi preciso um único apoio para o erro para que ele se concretizasse.

Foi preciso um desvio de olhar e tudo parece perdido.

Uma mulher pega em adultério.
Ela estava dormindo com um cara que não era seu marido.
O marido dela era uma pessoa insuportável de se conviver, o amante era o companheiro, doce, risonho.
Atrevo-me a dizer que viviam uma história de amor e sexo muito bonita.
Quando ela passava com o esposo, ele ria de ladinho.
E quando ela ia pra sua casa, ele sempre lhe preparava a comida.

Mas os homens que a pegaram na cama do amante, não VIRAM esse lado da história.
Eles viram uma mulher casada, nua com outro homem.
E todo o romantismo que havia entre os dois virou uma lenda, pequena demais para o crime que ela estava cometendo.
Quando temos segredos e eles são revelados, mostram a verdadeira face do ser humano adoravel que somos: somos mal. E as vezes, não percebemos isso.
Até que alguém abra a porta e assista o nosso flagrante.



Somos levados pela mão, a força , e de joelhos somos postos a frente de todos e do juiz.

Eu lembro de uma vez em que estive na mesma situação.
Fiz uma pequena fofoca. Tão pequena que parecia inofensiva.

É sempre assim: o erro parece frágil. E se fortalece de maneira inacreditável!

E lá estava eu numa sala de aula, com duas amigas me confrontando com a verdade.
E eu com a cara mais lavada do mundo!

A mulher pega em adultério estava de frente para os seus acusadores.
E eles estavam com pedras nas mãos. A história dela se resumia a um erro cometido.
Com uma face assustada, ela olha para Jesus.

E, para a própria surpresa, Ele nem ao menos mostra interesse em saber qual o crime que ela havia cometido. Quando questionado, olhou para todos e disse uma frase muito bem lembrada por nós: Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.

Ele elimina o julgamento dos homens.
Eles jogam as pedras no chão.

E como a mulher se sentiu sobre isso ?

Será que ela deu um pulo de alegria, saiu correndo, ou gritou: pegaaaaaaaaaaaaaaaa seus tolos! Pensam que podem me julgar?!?!

Pela curta história na Bíblia, JESUS olha-a e pergunta pelos seus acusadores.
O erro estava exposto, e os acusadores estavam sem razões para julgá-la.

Ele não justifica o que fez, nem a questiona sobre a história.
Ele já sabe.
"Vá e não peque mais."

Não faça mais o que você está fazendo.
Faça o certo.

Assim como as bailarinas e os patinadores. Eles ouvem os críticos, leem as notas nos jornais e tiram do erro uma lição para não cometê-lo mais.

Quando minha pequena fofoca foi exposta, eu fiz como a mulher da bíblia: reconheci que fora eu quem começou tudo aquilo mesmo. E pedi desculpas.
É difícil ser confrontada quando você erra, mas dura apenas alguns minutos.

Pra isso serve o perdão: para que o erro seja apagado.

A dupla chinesa sabe bem o que é isso. Nunca serão esquecidos pela queda violenta que tiveram, mas nas competições seguintes apresentaram-se de forma brilhante e, segundo, eles próprios ralaram bastante para erguer a cabeça de novo.

E quando foram questionados pelas notas excelentes que tiveram na última competição, eles não se gloriaram pelo excelente feito, apenas dedicaram às pessoas de quem não sabiam os nomes pelas lindas demonstrações de afeto durante a recuperação hospitalar da chinesa.
"Há dois anos atrás algumas pessoas se solidarizaram. E nós queríamos oferecer a apresentação desta noite a todas elas. Obrigado e...lets keep on!"

Aceite a crítica, pense a respeito, mude o que está errado e... keep on!

E nunca esqueça de continuar com gratidão.

A propósito, eu aprendi com a pequena fofoca que fiz. E fico feliz pelas pessoas envolvidas terem aceitado minhas desculpas sem justificativa.
Eu não tinha como mudar a situação do que eu fiz. Mas evitei uma proporção maior da mesma.

Afinal de contas, se Jesus olhar pra você e lhe pedir para ir sem mais erros, você vai dizer não?


:)