sábado, 25 de junho de 2011

Não esqueça de jogar o arroz!

Ela avisou a professora de sueco que iria faltar no dia seguinte  e eu do outro lado da sala disse : "Ah não, *Mary! Eu vou sentir sua falta!".
E ela respondeu naquele sotaque australiano (que eu particulamente acho muita graça!) ": "But its only one day!".

Quando a aula terminou, saíamos pelo corredor, eu como sempre tagarelando a caminho da porta de saída.
Então a *Mary, dá um pulinho do meu lado e diz: "Andréa, amanhã será meu casamento."

Posso fazer uma pequena pausa antes de continuar?

Pois bem , comecei a estudar sueco numa turma de muitas nacionalidades.

Lógico que o meio latino era o mais aconchegante, mas as gregas me surpreenderam pela semelhança cultural!
A Romênia era bem representada pela animada citizen, e a Itália então, sempre a altura com o mais belo dos belos...


Ainda tinha China, Irã e a viúva da Austria.

Mas o sotaque australiano era a minha gargalhada favorita!
Imagina você não entender o inglês? Ainda bem que a *Mary tem paciência de sobra para repetir e fazer-se entendida!


Nós duas éramos enfermeiras, com a mesma idade, e in love for swedish...

Eu falava com todo mundo, e pra variar estava sempre rindo...
Meu alto nível de socialização me fazia sempre ser a cobaia nas aulas, já que a minha professora sabia que eu não me chatearia em fazer o que ela me pedisse...

Um belo dia *Mary me contou sobre seu romance..
Férias na Tailandia, e, no final de uma balada na praia, um sueco 10 anos mais velho com um convite nas mãos e um não australiano nos ouvidos. Não foi amor a primeira vista , nem viveram ardentemente uma paixão nas primeiras horas, mas ele insistiu em conhece-la melhor nos dias seguintes.

Aconteceu que os beijinhos de verão, se tornaram viagens entre a Austrália e a Suécia, renderam dias muitos bons numa van pela costa, e dias de inverno na gélida Suécia.

Ele era simples demais, ela um pouco mais hippie.
Juntos, um completava o outro.
Mas viviam muito mais tempo separados.

Então ele fez o obvio: a pediu em casamento.
E não foi com o melhor vinho tinto, o melhor restaurante, o melhor luxo.
Foi com ela, e para ela.

Ela sempre me mostrou que os dois só tinham planos de estarem juntos, e esse era o melhor plano.

Eu já sabia de tudo isso quando ela me parou no corredor, e disse: "Andréa, vou me casar amanhã!"

E eu na minha discrição  habitual dei um grito de felicidade, e saí comemorando e falando pra todo mundo, e dando pulos de alegria e abraços apertados nela!
Eu irradiei felicidade com a notícia!
QUE EMOÇÃO!

Um casamento em meio a todos os problemas do mundo! Em meio a minha adaptação, a falta de dinheiro, aos conflitos internos, eu estava tão feliz que parecia que eu estava casando!

Mas, quem não poderia se alegrar com essa noticia?

Você ficaria chocado se eu dissesse que, alguns colegas da sala simplesmente ignoraram o fato ou deram um parabéns forçado?

Talvez ela soubesse que se me contasse, todas essas coisas iriam acontecer.
Que eu ia me alegrar com ela, que ia ficar super feliz, apesar de todas as circuntancias em que ela estava, longe da familia, em outro país, sem as melhores amigas para comemorar...

Quando perguntei detalhes do casamento ela foi me contando: "Comprei um vestidinho Branco, e será no civil, na cidade de nascimento dele e a mãe vai fazer um jantar para 8 pessoas...?"

Lógico que não se comparou ao casamento do meu Ex-principe William, mas a emoção era a mesma! Ou muito maior talvez!


Você já imaginou o que é uma celebração de casamento para quem está enfrentando uma divórcio?
Ou um nascimento para quem encara a viuvez?

Ou um pedido de perdão para quem está em fúria?

Ás vezes estamos passando por uma maré de notícias ruins e não conseguimos ouvir as boas.  Principalmente quando não são as nossas notícias boas.

Alguns de nós assistem a felicidade dos outros de uma maneira diferente: com pensamentos de fracassos, ou desejando para si o que o outro está conquistando.

Pare com isso!
Deixe de ser um peso na vida das pessoas e vá celebrar as boas novas!


Esqueça aquilo que você é ou o que tem e não tem , e vá ajudar na festa!
Compartilhe a beleza do sentimento que está em pauta, alivie a tensão e encha seus lábios de alegria, CELEBRE!

Esqueça por um único momento a conta a ser paga amanhã e assista com amor a apresentação de ballet da sua filha.

Antes de brigar com sua mãe, vá agradecer a comida que ela lhe preparou.

Pare de se justificar e se ajuste as coisas valiosas que Deus lhe traz.
Todos os dias.

Não force ser agradavel, SEJA agradável.

Ainda que não haja retorno da outra parte, o mais importante é vivenciar com alegria aquilo que está sendo compartilhado!

E não deseje aquilo que é dos outros.
A história das nossas vidas são muito diferentes em absolutamente TUDO.

O que está dando certo para alguém talvez não se encaixe no seu perfil.
E se você quiser algo, vá direto ao o único que faz dos seus sonhos realidade: Jesus.

E a propósito, voltando a celebração deste tópico, Eu estava super contente por Lia.


No outro dia comprei um cartão para parabeniza-la, onde todos da sala assinaram e lhe desejaram valiosos votos!
Um presente único e inesquecível.
Ela agradeceu , olhou pra mim e disse: "Nem preciso falar nada, não é?"

Claro que não *Mary, o seu sorriso já diz tudo.

Ela sabia que podia contar com meu entusiasmo, e eu simplesmente pensei que não deveria ser a exceção, mas o típico.

Todos deveriam estar radiantes por ela.
Mas alguns mal assinaram.

Tudo bem.
A torcida de poucos também é torcida.
E no caso de *Mary, e todos aqueles estrangeiros ali presentes, a quantidade era insignificante.

Ah, e se você for convidado a uma celebração, não esqueça de jogar o arroz!
Ou em tempos de crise, joque papel picado!
Pode não ser o arroz, mas está muito bem representado com as melhores intenções!



"Alegrai-vos com os que se Alegram; chorai com os que choram" Rom. 12:15

Até o próximo!